Banco Central mantém juros, mas gastos nesta área já saltaram 95,8%

Professora Margarida Gutierrez comenta sobre os juros do Banco Central
Contribuição: Profª. Margarida Gutierrez

Diante do tamanho do aperto já contratado pela equipe econômica, ao aumentar os juros básicos em 11,75 pontos percentuais desde meados de março do ano passado, a decisão anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) de preservar a taxa em 13,75% não deverá trazer alívio para o lado real da economia e muito menos para as contas do governo. Em resumo, o crédito continuará muito caro para as empresas e para as famílias, de um lado, e as despesas do governo central com juros continuarão produzindo rombos e pressionando a dívida pública federal.

Ainda sem contabilizar integralmente os efeitos dos dois aumentos mais recentes, decretados nas reuniões do Copom ocorridas em 16 de junho e em 3 de agosto, com vigência, portanto, a partir do dia imediatamente seguinte, os gastos com juros dispararam 76,7% no primeiro semestre deste ano em relação aos mesmos meses do ano passado em termos reais. Já atualizados com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aqueles gastos saíram de R$ 144,247 bilhões para R$ 251,958 bilhões – considerando-se apenas os dados do governo federal e de suas estatais.

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Como relembra a economista Margarida Gutierrez, professora do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead/UFRJ), qualquer empresa que deseje ou necessite levantar recursos no mercado de capitais, com a venda de debêntures, por exemplo, terá que competir com a taxa básica. Essa empresa, lembra ela, terá que oferecer aos investidores eventuais juros equivalentes à taxa que corrige os depósitos interbancários, mais um spread, quer dizer, uma margem adicional para compensar “o tamanho das incertezas na economia”. Até recentemente, os juros futuros para depósitos interbancários com prazo de três anos estavam na faixa de 14,0% ao ano, desestimulando a produção e o investimento privados.

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