O Brasil caminha para a eleição presidencial de outubro com desemprego menor e mais vagas de trabalho do que em 2018, quando ocorreu a última disputa nas urnas.
A inflação acumulada, porém, dobrou desde então, e a renda real do trabalho encolheu em meio aos impactos da pandemia. Essa combinação, dizem analistas, joga contra a percepção de aquecimento da atividade econômica para uma parcela considerável da população.
No trimestre até julho deste ano, o mais recente com dados disponíveis, a taxa de desemprego recuou para 9,1% no Brasil, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O indicador estava em 12,4% em igual período de 2018 (3,3 pontos percentuais acima).
O número de desempregados –pessoas sem trabalho e à procura de vagas– diminuiu em cerca de 3,2 milhões nesse intervalo. Passou de 13,1 milhões no trimestre até julho de 2018 para 9,9 milhões em igual período de 2022.
O número de ocupados com algum tipo de trabalho, por sua vez, teve acréscimo de 6,8 milhões, passando de 91,9 milhões para 98,7 milhões. O nível mais recente é o maior da série histórica iniciada em 2012, de acordo com o IBGE.
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A economista Margarida Gutierrez, professora do Coppead/UFRJ (Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro), também chama atenção para esse ponto.
“O principal desafio de curtíssimo prazo é equacionar programas sociais com a sustentabilidade da dívida/PIB”, aponta. “Não dá para colocar tudo no Orçamento e dizer ‘vamos em frente’”, acrescenta.
Na visão de Gutierrez, a economia mostrou reação consistente após o choque da Covid-19. Ela define o atual momento da atividade como “muito bom”, em um nível superior ao de outros países.
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