Em meio a escândalos de corrupção envolvendo membros das Forças Armadas, tramitação de PEC voltada para a despolitização de militares e descontentamento do setor com concessão de medalhas da Marinha a líderes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Jair Bolsonaro, sua família e lideranças associadas ao bolsonarismo têm evitado se manifestar sobre as mobilizações oficiais para o 7 de Setembro.
A data, que marca a independência do Brasil de Portugal, recebe uma atenção especial neste 2023, já que nos últimos anos esteve fortemente associada a Bolsonaro e seus apoiadores. Sem ele, muitos bolsonaristas têm defendido um boicote total ao evento.
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A cientista política Ariane Roder, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), compartilha da ideia de que há um clima de normalidade pairando sobre os eventos desta quinta-feira (7). Também em declarações à Sputnik Brasil, ela argumenta que “se, há um ano, nutria-se a expectativa de golpe, com movimentos que visavam esgarçar a democracia, atingindo as instituições democráticas e os Poderes da República, sendo orquestrados pelo próprio gabinete presidencial, neste ano a mensagem que se busca passar é inversa”.
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Como força de Estado e não de governo, as instituições militares, segundo Roder, vêm buscando um afastamento dos escândalos e das suspeitas que envolvam seus agentes. E o governo de Lula, por sua vez, “tem se preocupado em evitar tratar o assunto da orquestração de golpe de Estado com as instituições militares, de modo a evitar movimentos de cisão, rebelião, mitigando efeitos adversos e não desejáveis para a jovem democracia brasileira”.
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“A conciliação com os militares é uma faca de dois gumes. Ela gera uma certa estabilidade conjuntural, mas, a longo prazo, só empurra com a barriga a questão da necessidade de submeter os militares às regras da democracia.”
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