Quinze anos da quebra do Lehman Brothers – Revisitando a crise do Subprime

Em artigo produzido no Investing.com, o prof. de Renda Fixa, Raphael Moses, revisa a crise do Subprime, quebra dos Lehman Brothers.
Artigo: Prof. Raphael Moses

No próximo dia 15/09, completa-se 15 anos da quebra de um dos principais bancos de investimentos da época, o Lehman Brothers. A falência do banco marcou o ápice da crise de 2008, também conhecida como a crise do subprime, e se alastrou rapidamente mundo a fora, culminando numa série de pedidos de recuperação judicial, inclusive de empresas que não tinham qualquer ligação com o mercado de hipotecas (fruto principalmente da restrição de crédito observada naquele momento). Após o estouro da “bolha” das empresas pontocom no fim de 2000 e o atentado de 11 de setembro de 2001, o Fed temia a contração da economia. Então, adotou uma postura expansionista através da redução da taxa de juros do país. Este processo perdurou até 2003, quando a taxa chegou a 1% ao ano. Somente em meados de 2004 esse processo começou a reverter. Como é possível verificar na tabela abaixo, esse processo certamente influenciou bastante na valorização dos mercados globais. Observamos também, através da queda acentuada dos mercados e do aumento expressivo de volatilidade, que o ano de 2008 foi marcado pelo movimento contrário com enorme aversão ao risco.

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Apesar de tanta engenharia financeira, os credores não queriam assumir todos os riscos em caso de calote. Nesse contexto, a securitização (transferência dos recebíveis a um terceiro) se encaixaria perfeitamente. Através da securitização, as instituições que concediam crédito não precisavam se preocupar tanto com a qualidade da operação, pois haviam incentivos para passar adiante o crédito imobiliário a tomadores de risco. Com isso, os bancos reduziriam seus riscos, que permitiria que estes fornecessem cada vez mais crédito sem a necessidade de elevar a base de capital. Houve um aumento descontrolado da securitização. Os títulos comprados eram então “fatiados” em tranches e recebiam diferentes classificações de acordo com a preferência de recebimento dos fluxos de caixa e o risco de default, antes de serem vendidos aos investidores. Existem três tipos de tranches: sênior, mezanino e equity. A tranche sênior só era “atingida” se as perdas ultrapassassem o percentual da soma das outras duas tranches. Por isso, a tranche com menor retorno e com menor risco era a sênior, justificando sua classificação na época pelas agências de rating como AAA. Já a mezanino era classificada como BBB, enquanto a equity normalmente nem era classificada. Este processo de distribuição de títulos aos investidores foi chamado de ABS (Asset-Backed Securities). Achar comprador para as quotas sênior não era uma tarefa difícil. O equity normalmente era retido por quem o gerou ou vendido para um hedge fund, enquanto vender as quotas mezanino já era uma tarefa mais complicada. A engenharia financeira foi usada com o intuito de facilitar este processo. Logo, criaram-se tranches a partir do primeiro mezanino e classificaram-nos da mesma forma: o primeiro era o sênior, classificado como AAA, e assim por diante. Esse esquema ficou conhecido como ABS CDO (Asset-Backed Securities Collaterized Debt Obligations).

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