Cenário para 2023 é menos positivo, diz Margarida Gutierrez

Em entrevista ao Valor Econômico, a professora Margarida Gutierrez comenta sobre o cenário econômico brasileiro para 2023.

A boa performance da economia brasileira até o terceiro trimestre desse ano, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, deve levar o Produto Interno Bruto (PIB) a encerrar com alta de 3% em 2022. Mas se a expectativa para o resultado final da atividade econômica no ano é positiva, o mesmo não pode ser dito das perspectivas para o PIB de 2023, na análise da professora do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead/UFRJ) Margarida Gutierrez

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Ao falar sobre a evolução do PIB para 2023, ela foi taxativa ao citar a questão fiscal como o pano de fundo para nortear trajetória da economia. Ela defende que as demandas sociais do país sejam atendidas, mas com responsabilidade fiscal. Isso porque, sem preocupação com o fiscal, ocorrem deterioração das condições financeiras e de produção – o que inibe a expansão da atividade. “É fundamental que consigamos equacionar demandas sociais com mínimo de responsabilidade fiscal. Senão, não teremos crescimento”, resumiu.

A seguir os principais pontos da entrevista ao Valor:

Valor: Quais os principais fatores que levaram a saldo positivo no PIB do terceiro trimestre?

Margarida Gutierrez: O primeiro grande fator tem a ver com o aumento do Auxílio Brasil, de R$ 400 para R$ 600, que teve impacto no consumo das famílias. Tem um segundo fator muito positivo: o mercado de trabalho tem reagido muito bem. Então isso também ajuda, em parte, o consumo. Mas tem fatores que jogaram contra. Esse PIB poderia ter sido maior.

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Gutierrez: Ah sim, não tenho a menor dúvida. Mas, nosso “carry over” [carregamento estatístico] até o terceiro trimestre, para compor o resultado anual, deve conduzir a um crescimento de 3% no PIB de 2022. Devemos nos lembrar das revisões da série do PIB pelo IBGE [anunciadas nas contas nacionais do terceiro trimestre]. Em 2021 o PIB subiu 5% e não 4,6%. Em 2020, o PIB caiu menos, 3,3%, e não 3,9%.

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