Real tem a 3ª maior desvalorização frente ao dólar entre moedas sul-americanas nos últimos 10 anos; entenda

Em contribuição ao G1, o professor de Finanças e Controle Gerencial, Rodrigo Leite, comenta sobre a desvalorização do real perante o dólar.
Contribuição: Prof. Rodrigo Leite

Entre as principais moedas sul-americanas, o real teve o terceiro pior desempenho em relação ao dólar nos últimos 10 anos. De acordo com um levantamento da consultoria financeira L4 Capital e dados da plataforma financeira Investing.com, a moeda nacional perde apenas para o peso argentino e o peso uruguaio.

(…)

Já o real perdeu 54% de seu valor em relação ao dólar. Isso significa que os turistas brasileiros e as empresas que dependem de contratos feitos com base na moeda norte-americana sentiram o valor pago em suas transações mais que dobrar durante o período.

(…)

Os últimos anos no Brasil foram fortemente marcados por dois grandes fatores: a crise de 2015-2016 e a pandemia da Covid-19.

No primeiro caso, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu nos dois anos, confirmando a pior recessão da história do país. Em 2015, a economia já havia recuado 3,8%, e no ano seguinte teve nova retração de 3,6%.

(…)

“Há mais dinheiro brasileiro circulando no mercado do que moeda norte-americana, o que desvaloriza o preço do real”, explica Rodrigo Leite, professor de finanças do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

(…)

Leite, da UFRJ, justifica que o endividamento faz investidores enxergarem o Brasil com dificuldade de honrar com seus compromissos econômicos — e, assim, decidem também vender os reais para comprar câmbio de países mais seguros, derrubando o preço da moeda brasileira.

“A probabilidade de um calote do Brasil com uma dívida como agora, que tem 80% do PIB, é muito maior do que na época que estava por volta dos 50% do PIB, [em 2013 e 2014]”, afirma o professor.

(…)

Já para o professor da UFRJ, Rodrigo Leite, a expectativa é que o dólar se mantenha estável em relação às moedas sul-americanas.

“[Porém], para o real, existe uma expectativa positiva se o governo conseguir implementar as medidas fiscais, conseguir diminuir o déficit e projetar, no ano que vem, um superávit [valor captado em exportação é maior do que o gasto em importação]”, disse.

Acesse o artigo na íntegra clicando aqui.

Veja todas as nossas outras notícias clicando aqui.

Rolar para cima
Rolar para cima