Quando eu era mais jovem, achava o tema “Ética” óbvio, coisa que aprendera em casa. Meu pai, advogado, aconselhava: ”A maior malandragem é ser honesto e poder dormir tranquilo”. Já minha mãe sempre dizia: ”se todo mundo se atirar na frente do ônibus, você vai se atirar também?”. Esta última servia para diferentes propósitos, desde evitar modismos vazios até alertar que uma coisa errada continua sendo errada, mesmo que “todo mundo” esteja fazendo.
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Por meio de subsidiárias e afiliadas, a Enron comercializou gás natural, eletricidade e outras commodities em todo o mundo. Ao longo da década de 1990, transformou-se de uma empresa de gás tradicional em uma empresa diversificada de US$150 bilhões e favorita de Wall Street. Entre 1998 e 2000, as receitas da Enron cresceram de US$ 31 bilhões para US$ 100 bilhões, tornando-a a sétima maior empresa no Fortune 500. Seu crescimento foi vinculado ao boom da Internet e das telecomunicações, com a formação da Enron Online para banda larga. O ápice do crescimento do valor de mercado da empresa se deu em agosto de 2000, ao anunciar um empreendimento com a Blockbuster para fornecer vídeo sob demanda utilizando Internet de alta velocidade. Cada uma de suas ações valia então US$ 90,75.
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Quando algumas das mais arriscadas transações começaram a ir mal, e não foi mais possível esconder tudo que estava acontecendo, a confiança na empresa erodiu entre os analistas e investidores institucionais, e o preço das ações declinou vertiginosamente. Depois de anunciar sua primeira perda trimestral em quatro anos e acusada de uma dívida de US$ 1 bilhão em outubro de 2001, o declínio da Enron acelerou- se até a declaração de falência em dezembro. Foi nesta época que começaram as investigações da SEC (Securities Exchange Commission, equivalente à CVM – Comissão de Valores Mobiliários do Brasil), a destruição de documentos comprometedores e o bloqueio das ações dos funcionários. Em janeiro de 2002, cada ação da Enron valia apenas US$ 0,12 e seus acionistas tiveram perda de US$ 11 bilhões.
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