Cenário econômico: Dados históricos nos ajudam a mudar a percepção do presente

Em artigo do Investing.com, o prof. Luís Antônio Dib, analisa o cenário econômico através de dados históricos.
Artigo: Prof. Luís Antônio Dib

Há vários anos acompanho o trabalho de Max Roser, um pesquisador do Institute for New Economic Thinking (Oxford Martin School). Ele se dedica ao uso de dados globais para estudar as desigualdades em várias dimensões e suas tendências. Roser se comunica com um público mais amplo através, principalmente, de dois sites: https://ourworldindata.org; e https://www.chartbookofeconomicinequality.com.

Roser costuma postar vários gráficos que provêm uma linha do tempo empírica no longo prazo para as enormes mudanças relacionadas ao crescimento econômico. Sua inspiração veio da observação do comportamento de seus colegas economistas, segundo ele, muito teóricos e, em alguns casos, com fortes vieses políticos. Para o pesquisador, muitos economistas parecem evitar evidências empíricas que enfraqueçam seus pontos de vista. “Ao minimizar a abordagem empírica, nós nos privamos de lições essenciais sobre mudanças globais e regionais e seus catalisadores ao longo de grandes períodos de tempo”, Roser afirmou. Para ele, os dados deveriam guiar as teorias e não serem utilizados apenas para apoiar um ponto de vista teórico a ser defendido.

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Outra análise interessante utilizando os dados de Roser trata do acesso à luz elétrica. Ele examinou o preço da iluminação por milhão de lúmens-hora no Reino Unido desde 1300 até 2006, ajustado pela inflação. Setecentos anos atrás, quando velas forneciam luz, um milhão de lúmens-hora custava 40 mil libras esterlinas. Hoje, este mesmo preço está abaixo de 3 libras ao redor do mundo. É fácil esquecer-se do luxo que é poder enxergar à noite, sem contar todos os outros aparatos dependentes do fornecimento de eletricidade. E é chocante perceber o nível de atraso na Coréia do Norte, que aparecia na escuridão total cercada de uma região bem iluminada em uma famosa foto noturna da Estação Espacial Internacional.

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Roser tornou-se mais otimista a partir da análise de seus gráficos. Por exemplo, ele percebeu que a oferta e o consumo de comida aumentaram dramaticamente em todas as regiões do mundo. A mortalidade infantil também caiu. Quando da Primavera Árabe, onda revolucionária de manifestações e protestos que ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África no final de 2010, apontou a grande diferença entre os níveis de alfabetização locais entre a faixa etária dos 15 até 24 anos e aqueles com mais de 65 anos. Os mais jovens são cerca de 90% mais alfabetizados que os mais velhos. Outro gráfico de Roser mostra enorme correlação entre altos níveis de educação e democracia. De fato, Roser só parece ficar pessimista sobre a possibilidade dos políticos realmente usarem tais dados históricos para ajudar a desenvolver políticas e princípios econômicos mais sólidos.

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