Leonardo Marques escreve artigo para Investing.com sobre ESG

Fonte: Investing.com

Diga-me Com Quem Andas Que Direi Quem És: Porque ESG Tem Que Se Tornar ES(E)G

No último ano, o termo ESG (Environmental, Social and Governance – ou em português ASG) avançou de vez para ocupar o espaço cujo antigo dono era a Sustentabilidade Corporativa, ou simplesmente Sustentabilidade. Mas qual a diferença entre estes dois termos? Devemos efetivamente adotar ESG de agora em diante?

Sustentabilidade corporativa tem origem no termo triple bottom line de John Elkington (1994), que desafia modelos de negócio a acrescentarem ao lucro econômico a possibilidade de gerarem também lucro social e lucro ambiental. Até que ponto algum modelo inovador já conseguiu gerar lucro social e lucro ambiental é polêmico, mas deixemos este assunto para uma próxima oportunidade. A questão é que as esferas social e ambiental são o ponto de interseção entre sustentabilidade e ESG – mais especificamente o ‘E’ e o ‘S’ da sigla (criada por Raj Sisodia em 2008). Então, a diferença está no ‘G’ de Governança, e é neste elemento que concentro o artigo de hoje.

O ‘G’ de Governança chama atenção para a forma como o processo decisório flui na empresa e sua transparência. Vivemos na Era da ‘Super Transparência’, de acordo com Robert D. Austin e David M. Upton. Logo, não basta mais ser, tem que parecer. Especialistas em governança e transparência têm focado nas relações entre alta gestão e equipe, entre alta gestão e conselho, e na relação entre a empresa e seus acionistas (por exemplo, no tratamento dispensado aos minoritários).

Porém, chamo a atenção para a necessidade de ampliar este conceito de Governança para o que denomino ‘Extended Governance’ ou ‘Governança estendida’, para incluir não apenas estas relações internas, mas as relações ao longo da ‘supply chain’ (cadeia de suprimentos). Nos últimos anos, acidentes e escândalos envolvendo impactos negativos à sociedade e ao meio-ambiente têm exposto empresas de diversos setores, desde o setor de eletroeletrônicos a partir de suicídios de funcionários em fornecedores na China na década passada, passando por marcas de moda depois do Rana Plaza, Bangladesh que em 2013 matou mais de 1 mil pessoas, até o escândalo da carne de cavalo misturada em produtos de carne bovina que afetou varejistas e redes de fast food de alimentos na Europa no mesmo ano. De lá para cá, poderíamos seguir listando escândalos que colocam o holofote onde ele deveria estar: para além dos muros da firma e ao longo de sua cadeia de suprimentos. Para tanto, proponho a adaptação do termo ESG para o termo ESEG – Environmental, Social and Extended Governance.

Três estudos do nosso grupo de pesquisa “Rede Transparência e Sustentabilidade em Negócios” no COPPEAD-UFRJ trazem duas más notícias e uma boa notícia para investidores que gostariam de fazer escolhas baseadas em uma perspectiva ESEG.

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