ESG: Estamos Preparados Para Essa Conversa?

Flávia Maranho – Investing.com

Recentemente acompanhamos a divulgação da Ata da Assembleia Geral Extraordinária da Via (BVMF:VIIA3), dona da Casas Bahia e Ponto, e a repercussão das críticas de Michael Klein, principal acionista e filho do fundador da Via, acerca da fixação da remuneração global anual dos membros da Administração da Companhia para 2022. Toda essa discussão me fez refletir sobre se de fato estamos preparados para discutir de forma séria caminhos para o desenvolvimento de melhores práticas ESG, acrônimo do inglês para ambiental, social e governança. Minha avaliação é que ainda temos muito a amadurecer em todas as três dimensões do ESG, a começar pela governança das empresas.

O mesmo Michael Klein, que protagonizou as manchetes nas últimas semanas, foi presidente do conselho de administração da Via até 2014 e se manteve como membro do órgão até 2020, quando foi substituído por seu filho Raphael Klein. Curiosamente, a Via foi uma das companhias que usou a liminar do IBEF para desobrigá-la a divulgar a remuneração média, máxima e Umínima dos seus administradores, conselho de administração, diretoria executiva e conselho fiscal.

Sem entrar no mérito das críticas de Klein, só consigo pensar que os bons e velhos conflitos de interesse não conseguem sair de moda. E que ainda é difícil falarmos sobre ESG quando não conseguimos virar essa página.

Vale a pena entrarmos no túnel do tempo da literatura de governança corporativa e resgatarmos alguns trabalhos seminais sobre o tema. O trabalho de Berle e Means (1932) é considerado por muitos o marco inicial da discussão de governança corporativa e teve como objetivo principal analisar de forma empírica a composição acionária das grandes empresas norte-americanas e fomentar a

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