Novak Djokovic ganhou o torneio de Roland Garros. Graças a esse feito, voltou ao primeiro lugar do ranking, posição que perdera ao recusar a vacina contra a Covid-19, ficando impedido de disputar os torneios da Austrália e dos Estados Unidos. Chegou a seu 23º título de Grand Slam. Como comparação, Roger Federer, para muitos o maior tenista de todos os tempos, ganhou “apenas” 20. Djokovic chegou à marca aos 36 anos, batendo tenistas mais jovens como Carlos Alcaraz (20 anos) e, na final, Casper Ruud (24 anos).
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Confuso? O psicólogo Daniel Kahneman, Nobel de Economia por seus estudos sobre o comportamento humano, pesquisou os “atalhos” mentais que usamos para fazer julgamentos e tomar decisões. Nosso cérebro não consegue lidar com toda a complexidade do mundo e precisa simplificar. Um atalhos é avaliar alguém por características que remetem a estereótipos. Pode ser uma boa aproximação preliminar (um comportamento agressivo particular sugere agressividade no geral), mas também pode levar a conclusões irracionais ou moralmente condenáveis, como a discriminação.
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Essa é outra característica de nosso cérebro em busca de uma vida mais simples. Queremos coerência a qualquer custo e criamos narrativas de causa e efeito satisfatórias. O próprio Djokovic é fruto disso, como revelou em sua biografia. Sofria de várias doenças respiratórias até descobrir ser intolerante ao glúten. A condição foi diagnosticada, segundo ele, graças a um peculiar método aplicado por um nutricionista sérvio, que fez testes de movimento e força segurando um pão que “causava fraqueza visível”. Não há evidências científicas sobre a eficácia do método, mas, a partir daí, Djokovic tornou-se defensor de terapias alternativas variadas. Em 2017, retardou uma cirurgia no cotovelo por acreditar que seu corpo se curaria sozinho, levando a uma série sem precedentes de derrotas. Depois do sucesso da cirurgia, foi campeão de Wimbledon. É razoável crer que, se Djokovic tivesse descoberto sua intolerância ao glúten por meio da ciência, com um exame de sangue, teria se vacinado e não estaríamos aqui discutindo isso.
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