O vencedor leva tudo ou não? Entendendo a competição entre plataformas digitais

Em artigo produzido para o Investing.com, a professora de Organizações, Estratégia e Sistemas de Informação, Paula Chimenti, comenta sobre as competições entre as plataformas digitais.
Artigo: Profª. Paula Chimenti

Muito se tem falado sobre a recente competição entre Threads e Twitter (recentemente rebatizado de X). Para além do caráter jocoso da luta de MMA entre seus CEOs, a mídia especializada tem abordado bastante os aspectos do produto. “Ah, o Twitter é melhor porque tem tais características”….ou “O Threads irá vender porque tem esses atributos”. 

Tais análises surpreendem. Isso acontece principalmente porque já sabemos há pelo menos 20 anos que este tipo de competição não é definido por características do produto, mas sim pela gestão do ecossistema. Neste sentido, a dinâmica da competição é muito mais complicada e seus resultados muito mais difíceis de prever do que pode parecer à primeira vista. 

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Uma outra questão muito importante é se teremos neste ecossistema uma única plataforma vencedora ou se teremos múltiplas plataformas competindo de perto. Esta é uma dúvida que tem mobilizado pesquisadores, executivos e empreendedores em diversos setores. Geralmente, a prevalência de uma única plataforma (uma dinâmica que chamamos “o vencedor-leva-tudo” ou “winner-take-all”) tem a ver com características do ecossistema, como por exemplo o quanto o setor é um monopólio natural, incluindo o quanto os consumidores têm necessidade de diversificação e o quão fortes são os efeitos de rede. No caso das redes sociais, apesar dos efeitos de rede serem fortíssimos (a rede só tem valor se há pessoas nela), há uma certa diversificação de interesses (com redes mais voltadas para texto, para vídeos ou redes voltadas para temas específicos, como trabalho, decoração, arte etc.). Outro fator a se considerar é a regulação, que pode também ter um papel fundamental, criando obstáculos para monopólios de dados (vale lembrar que o Threads não foi lançado na União Europeia por esse motivo).

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Enfim, muita coisa pode acontecer a partir dos movimentos estratégicos das plataformas envolvidas. Tanto a Meta, quanto o X/Twitter e outros atores estão buscando alavancar seus efeitos de rede e gerar o feedback positivo. Acreditamos que a compreensão desse ecossistema amplo e suas dinâmicas é fundamental para compreender o hoje e refletir sobre o futuro. E enquanto lemos esse artigo, o “hype” inicial do Thread parece ter arrefecido e o engajamento, diminuído. Qual será o impacto dessa redução no desenvolvimento de seu ecossistema?

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