Drex, nova moeda digital brasileira, pode alavancar a contratação de seguros?

Em contribuição ao InfoMoney, o professor Rodrigo Leite as implicações da nova moeda digital brasileira, Drex.
Contribuição: Prof. Rodrigo Leite

O Banco Central anunciou neste mês a nova moeda digital brasileira – o Drex, que funcionará como “uma espécie de Pix dos serviços financeiros”, de acordo com Fabio Araujo, coordenador do Drex no Banco Central.

A ideia é que a versão digital do real comece a funcionar até o final de 2024 e que opere em dois níveis: no atacado, para pagamentos entre o BC e instituições financeiras, e na versão varejo, pensada como o real tokenizado para o consumidor final. O BC também deixou claro que o Drex não deve ser entendido como uma criptomoeda, já que será totalmente regulado.

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Segundo Paladino, um exemplo no qual o mercado segurador e o consumidor podem se beneficiar é na contratação de seguros intermitentes. Ou seja, o indivíduo aluga um carro e adquire uma apólice de seguro para proteção durante o período de utilização do veículo. “Pode ser que no momento que eu entrar no carro, o meu celular se conecte com algum dispositivo, ou via bluetooth, o que quer que seja naquele carro, e automaticamente a apólice já está contratada. E, quando eu saio do carro, desliga o contador de tempo daquela apólice. Isso vai permitir que não só o contrato de seguros seja feito nesse tempo, mas o débito e a transferência financeira sejam feitos naquele momento de uma forma muito simples no ledger eletrônico [um tipo de sistema que registra as transações financeiras da moeda digital]”, explica o executivo.

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Atualmente, o mercado oferece soluções como o “seguro pix”, que fornece ao consumidor uma indenização em caso de transações bancárias realizadas sob coação. Na avaliação de Rodrigo Leite, professor de Finanças e Controle Gerencial do Coppead/UFRJ, com a implementação do Drex, uma cobertura que proteja o consumidor de transações indevidas realizadas com a nova moeda digital não chegará a ser considerada uma inovação, mas sim uma adaptação desse tipo de proteção que já existe.

Leite acredita também que o mercado segurador como um todo deverá se beneficiar da utilização da nova moeda digital brasileira, já que “o impacto será muito mais no acesso e na facilidade para o acesso do que realmente algo que vá mudar o formato do seguro, um contrato de seguro ou qualquer tipo de cláusula”, comenta.

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Para o professor da UFRJ, um ponto de atenção será em relação a ações contra eventuais fraudes. Segundo ele, “em teoria, o governo pode bloquear automaticamente qualquer dinheiro. Isso aumentaria a segurança, porém aumentaria um medo sobre o controle do Estado sobre o recurso do cidadão, porque a tecnologia não difere qual foi o motivo da transação. Essa é uma questão que ainda não se sabe como vai ser”, salienta Leite.

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