G1, 11/06/2019
A professora Margarida Gutierrez concedeu entrevista para o G1
Medida tornaria mais fácil esquiar em Bariloche ou comprar um alfajor, mas há risco de a inflação argentina contaminar o Brasil. Moeda única é algo ‘para nossos bisnetos’, diz economia.
Resumidamente, a moeda comum com a Argentina ou com outros países da América do Sul seria algo “para os nossos bisnetos verem”, segundo a economista e professora do Instituto de Pós-Graduação em Administração da UFRJ, Margarida Gutierrez.
Margarida Gutierrez, da UFRJ, diz que seriam necessários anos de “discussão e de operacionalização”, antes de pensar seriamente numa moeda comum. Ela cita o exemplo da União Europeia: foram décadas de convergência entre os países antes que a moeda comum fosse adotada.
Os governos desses países trabalharam para que suas taxas de câmbio e níveis de inflação se aproximassem de um nível comum antes da introdução do euro. “O ambiente macroeconômico dos dois países precisa ser preparado, não é algo que se possa fazer de supetão”, diz.
A professora da UFRJ lembra que o euro começou a circular fisicamente (com cédulas e moedas) em 2002, mas sua origem remonta a 1957, quando foi assinado o Tratado de Roma.
Gutierrez diz que há ainda um problema adicional: o alto nível de “dolarização informal” da economia argentina. Para se proteger da inflação alta, cidadãos criaram o costume de fazer sua poupança doméstica em dólar – algo que não existe no Brasil.
Fonte: G1