Carlos Heitor Campani na Valor Investe: Dez estratégias bacanas com opções

Portal:Valor Investe

No meu artigo publicado no dia 30 de junho (clique aqui para ler), expliquei o que são opções de compra (Calls) e opções de venda (Puts). Hoje compartilharei com vocês 10 estratégias que lançam mão de opções. Ressalto que seria absolutamente impossível eu apresentar todas as estratégias possíveis, de modo que selecionei algumas interessantes e, ao mesmo tempo, simples.

Utilizarei a letra S para me referir ao ativo-objeto, como por exemplo a ação preferencial da Petrobras (PETR4), que possui opções bastante líquidas. Utilizarei as letras C e P para me referir a opções de compra e de venda, respectivamente, bem como os sinais positivo (+) e negativo (-) para indicar, na ordem, posições compradas e vendidas. Caso a estratégia tenha duas opções do mesmo tipo com preços de exercícios diferentes, escreverei C1 e C2 para opções de compra onde o preço de exercício K2 é maior que o preço de exercício K1Por simplicidade, apenas apresentarei estratégias que tenham opções com o mesmo vencimento. Além disso, ressalto que qualquer estratégia com um tipo de opção pode ser replicada de forma exata com o outro tipo. Nesse caso, apresentarei sempre a estratégia com opções de compra, pois essas têm mais liquidez do que opções de venda. Vamos às 10 estratégias!

1) [ +S -C ]

Esta estratégia consiste em uma posição comprada no ativo e a mesma posição vendida em opção de compra com preço de exercício relativamente alto para o prazo em questão. Ela é especialmente interessante para aqueles investidores que têm uma determinada ação e não pretendem vendê-la no curto prazo. Isto se explica por que ao lançar (isto é, vender) a opção, o investidor garante o prêmio da mesma, o que naturalmente rentabiliza sua carteira. O cenário ruim para a estratégia (mas, note que nem tão ruim assim!) seria o ativo subir além do preço de exercício acrescentado do prêmio recebido pela opção lançada. Mas mesmo nesse caso, o investidor teria garantido um belo retorno com a alta da ação e o prêmio recebido pela opção vendida.

2) [ +S +P -C ]

Essa carteira nasce da relação de “put-call-parity” e representa, em verdade, uma estratégia de renda fixa com valor já conhecido hoje: este valor no vencimento das opções será sempre igual ao preço de exercício delas. Se o preço do ativo S terminar abaixo de K, o investidor exercerá a posição comprada na put e garantirá o valor total igual a K. Por outro lado, se o preço do ativo S terminar acima de K, o investidor será exercido e obrigado a entregar o sobrepreço do ativo em relação a K. Essa estratégia permite, em algumas vezes, uma taxa de juros acima do CDI.

3) [ +S +P ]

Essa é uma estratégia de hedge, ou seja, de proteção de carteira, pois garante um limite mínimo de valor no vencimento da opção igual ao seu preço de exercício. Obviamente, não existe almoço grátis e essa proteção tem um preço: é preciso pagar o prêmio da put. Quanto maior for a proteção, mais alto será o preço de exercício e, portanto, mais caro será o seguro.

4) [ +C1 -C2 ]

Essa é uma estratégia de alta, ou seja, que aposta na subida do preço do ativo-objeto. Nela, você compra uma opção de compra com preço de exercício mais baixo (K1) e vende a opção de compra com preço de exercício maior (K2). Note que para isso, você precisa investir dinheiro porque a opção comprada é mais cara que a opção vendida. No vencimento, você torce para que o preço do ativo-objeto seja igual ou superior a K2: nesse caso, será recebida a diferença entre K2 e K1, o que representará um valor consideravelmente acima do capital inicialmente investido. Caso o preço do ativo-objeto termine entre os dois preços de exercício, você receberá a diferença entre esse valor e K1. O pior cenário para essa estratégia seria o preço do ativo-objeto terminar abaixo de K1, pois nesse caso todo o capital inicialmente investido seria perdido tendo em vista que ambas as opções não terão nenhum valor.

Acesse a matéria na íntegra clicando aqui.

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