Por que ter um Banco Central independente?

Artigo: Prof. Claudio de Moraes

Neste momento em que o presidente da Argentina recém-eleito vem anunciando a intenção de acabar com o Banco Central de La República Argentina, vale a pena investigar o papel dos Bancos centrais contemporâneos. As ameaças do presidente eleito da Argentina têm sua origem na gestão ineficaz da economia, principalmente do sistema financeiro e do controle da inflação. Experiências heterodoxas na utilização do Banco Central Argentino foram possíveis pela falta de autonomia do BC Argentino, o que conduziu ao caos econômico que temos visto.

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Desde sua criação, os Banco Centrais (BCs) têm um papel fortemente associado a estabilidade financeira e ao controle do crédito. Ocorre que ao longo da história, dado seu impacto na conjuntura econômica, os BCs se notabilizaram pela sua intervenção econômica via política monetária, ou seja, controle da inflação. Porém, a revolução tecnológica e a importância crescente dos sistemas financeiros e das finanças climáticas ampliaram a agenda dos BCs, os levando muito além da condução da política monetária.

No Brasil, em particular, a sociedade sentiu os efeitos revolucionários do PIX e espera com ansiedade pela implementação do DREX. Mas o Banco Central do Brasil (BCB) não parou por aí. Há uma série de iniciativas para aprimorar a regulação e a supervisão bancária, o sistema de cooperativas e a própria concorrência bancária.

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A atuação revolucionária nas finanças digitais e no controle da inflação são apenas facetas de um Banco Central que atua como um órgão de estado. E isso será cada vez mais fundamental para as sociedades contemporâneas. Instituições autônomas que zelam pelo bem-estar comum e pelo meio ambiente são instituições perenes e necessárias. Para tanto, é preciso autonomia plena, o que garantirá ao Banco central do Brasil as condições de independência tão necessárias e, principalmente, afastar o Brasil dos problemas econômicos observados nos nossos países vizinhos.

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