Não há outra medida para recuperação no curto prazo fora a reforma, diz economista

Poder 360, 16/05/2019

A professora Margarida Gutierrez concedeu entrevista para o portal de notícias PODER 360

 

Investimentos e empregos estão esperando

 

Na avaliação da professora da COPPEAD-UFRJ (Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro), Margarida Gutierrez, 62 anos, o governo não tem outros instrumentos do ponto de vista macroeconômico, além da reforma da Previdência, para recuperar a economia.

“Hoje, não há outras medidas no curto prazo para adotar. Os juros não podem cair mais e a política fiscal que, numa situação normal, poderia ser acionada para estimular a economia hoje é impossível. A gente tem 1 brutal rombo fiscal na trajetória da dívida pública que esse ano vai ser a maior entre os países emergentes”, disse ao Poder360.

Para Margarida Gutierrez, o Brasil “está esperando”“Produção, investimentos e emprego estão esperando para saber o que vai ser da reforma da Previdência”, afirma.

A economista pondera, porém, que medidas de incentivo pontuais estão sendo adotadas: “PIS/Pasep o governo diz que vai liberar, fora uma série de medidas da área de microcrédito para desburocratizar e também essa medida provisória da liberdade econômica que é muito importante. Mas tudo isso é para facilitar o crédito, para pequena empresa. Agora, do ponto de vista macroeconômico, o governo não tem mais recursos na mão”.

Margarida Gutierrez considera que os indicadores de confiança financeiros estão apostando que a reforma será aprovada “com alguma robustez”. Mas considera que, na medida em que se demonstrar que não haverá a economia esperada ou que a aprovação levará muito tempo, estes vão começar a cair.

“A gente vai ver o risco Brasil caindo, a taxa de câmbio subindo, os juros futuros subindo e as expectativas de inflação subindo e o PIB [Produto Interno Bruto] despencando”, disse.

Ainda assim, a pesquisadora afirma que a reforma será aprovada. “A questão não é aprovar ou não aprovar, é qual é a robustez da reforma que vai ser aprovada”, diz.

 

 

Fonte: Poder 360

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