A COP27 te animou a investir em fundos ESG? Veja por onde começar

Em contribuição ao Valor Investe, o professor Claudio de Moraes comenta sobre medida para investir em fundos ESG com segurança.
Contribuição: Profº Claudio de Moraes

A urgência de se mobilizar capital para o enfrentamento dos desafios climáticos se renova a cada Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27), ao passo que a tendência de se regular mais o setor financeiro com base nos critérios ESG (sigla em inglês para que contempla questões ambientais, sociais e de governança corporativa) também se amplia. Dentre as questões urgentes, o tema do clima tem centrado as atenções da Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários americana) e da CVM brasileira. Com a demanda por tratar dos riscos sociais atrelados aos desafios ambientais e climáticos, como escolher fundos alinhados a essas temáticas para investir?

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Ainda ao se observar a pesquisa com os fundos americanos, feita pela plataforma de dados de sustentabilidade e tecnologia ESG Book, mostrou que em 16% dos produtos sequer foi possível identificar ativos investidos que ajudariam a limitar o aumento da média da temperatura global. Isso é um problema antigo no setor financeiro, segundo Cláudio de Moraes, professor de Macroeconomia e Finanças do COPPEAD/UFRJ.

“Ainda circula a ideia que existe um ‘trade off’ [uma espécie de escolha, custo de oportunidade] entre dinheiro e questões ambientais. Mas o que temos, na verdade, é opacidade em relação aos riscos dos ativos que fazem parte daquele investimento”, observa.

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Do ponto de vista do investidor, a nomenclatura é o meio mais básico para se identificar um produto em uma prateleira. Mas a tomada de decisão do investidor, especialmente pessoa física, precisa ser construída a partir de outros elementos, como destacado por Maria Eugênia e reiterado por Cláudio de Moraes.

A grande preocupação do investidor precisa ser a transparência, ou seja, se tanto o fundo quanto às empresas que dele fazem parte são claras em comunicar suas ações. Quanto mais informação, mais o fundo assume um compromisso perante à sociedade. Isso o qualifica em relação aos demais e o investidor fica mais sensível em cobrar”, pondera o pesquisador do COPPEAD/UFRJ

“O investidor institucional vai pagar para receber as informações qualificadas e é capaz de compreendê-las. Mas para a maior parte do público, os bancos e as gestoras precisam ser claros na hora de comunicar. Uma ata do Copom pouca gente entende, mas sente o impacto em sua vida. Agora pense isso em relação às questões de risco ambiental”, reflete Moraes.

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