Brasil tenta se posicionar como líder global na transição energética e na agenda climática, mas explorar petróleo na região amazônica joga essa ambição por terra.
A pressão para que o IBAMA libere a Petrobras para explorar combustíveis fósseis na foz do Amazonas aumentou desde que Magda Chambriard chegou à presidência da petroleira. E vem de todos os lados. Desde setores do governo que querem “passar a boiada” sobre as avaliações técnicas do órgão ambiental a entidades empresariais e corporações, que bradam o “alto potencial” petrolífero da região – o que não é comprovado – e anunciam inovações tecnológicas que reduziriam riscos de vazamentos.
O que é certo é a altíssima sensibilidade ambiental da foz do Amazonas e o quase nulo conhecimento sobre os impactos que a atividade petrolífera pode causar na região. Para o WWF-Brasil, a foz do Amazonas precisa de mais pesquisas para a compreensão do seu equilíbrio ecológico, incluindo pontos como a descarga de sedimentos do rio Amazonas e do Grande Sistema de Recifes do Amazonas. Além disso, há correntes marítimas muito fortes e dinâmicas costeiras pouco estudadas, que diferem dos locais já explorados no Brasil pela indústria petrolífera.
Por isso, Gláucia Fernandes, pesquisadora de ESG do Coppead/UFRJ, ressalta no Valor que tecnologias avançadas e práticas rigorosas podem ajudar a mitigar riscos, mas a complexidade da foz torna difícil garantir que não haverá impactos adversos.
A especialista ainda chama atenção para a contradição do governo brasileiro. O país que sediará eventos mundiais nos quais a preservação ambiental e as mudanças climáticas serão temas de destaque – a reunião de líderes do G20, em novembro, e a COP30, em 2025 – e que quer ser líder global na transição energética e na agenda do clima é o mesmo que insiste em explorar combustíveis fósseis na Amazônia.
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