Comunicação, Mercados e o efeito mensageiro

Em artigo no Investing.com, o professor de Macroeconomia e Finanças, Claudio de Moraes, comenta a importância da comunicação corporativa.
Artigo: Profº Claudio de Moraes

Recentemente, assistimos um debate acalorado sobre os juros praticados no Brasil sobre a meta de inflação e finalmente a independência do Banco Central. O calor desse debate tem alguns aspectos curiosos. Primeiro, a literatura econômica tem documentado de maneira bastante ampla a necessidade de um Banco Central Independente do ciclo político. Ou seja, a ideia fundamental é transformar o Banco Central em uma instituição de estado, uma vez que o combate da inflação é um bem social que está além dos interesses de curto prazo dos governantes. Logo, não é nenhuma surpresa que o principal crítico do Banco Central seja exatamente o presidente do Brasil, que tem seu poder reduzido com a independência. O incômodo do presidente é um sinal claro de tentativa de intervenção e deveria ser visto pelos economistas como um sinal de que o Banco central independente foi uma medida acertada e fim de papo. 

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Na Idade Média, a situação era oposta. Não existiam informações e, quando o Rei queria se comunicar, enviava seus mensageiros. É fácil imaginar a dificuldade em aceitar que este ou aquele mensageiro era o verdadeiro mensageiro do Rei. Para provar a autenticidade da mensagem, os mensageiros levavam cartas com um selo real e outras coisas. Porém, o mensageiro deveria ter principalmente uma boa reputação para que sua mensagem fosse rapidamente considerada. Ou seja, existia desde a Idade Média um tipo de efeito informacional chamado efeito mensageiro. 

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Quando um presidente de um país ou mesmo o presidente de uma empresa traz uma informação, pelo efeito mensageiro, é fácil observar que a informação afeta imediatamente a percepção das pessoas. Talvez, de forma até mais intensa do que o conteúdo da informação passada. Na verdade, isso ocorre também por conta de outro efeito que pode potencializar o efeito mensageiro, o efeito halo.

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A conclusão mais uma vez é que a comunicação deve ser tratada de forma muito prudente, dado seu efeito nos mercados. Principalmente se forem considerados assuntos complexos, tendo em vista os efeitos multiplicadores dos algoritmos nas redes sociais. Tema que vem inclusive sendo debatido na Suprema Corte dos Estados Unidos. Será que comunicação corporativa pode gerar um Cisne Negro no mercado brasileiro? Veremos isso em meu próximo artigo.

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