Como se proteger da volatilidade da taxa de juros através do Mercado Futuro

Artigo: Prof. Raphael Moses

O mercado futuro brasileiro é composto de quatro segmentos: juros, moedas, índices e commodities. É um mercado com bastante liquidez, sendo operado principalmente por aqueles que desejam realizar algum tipo de hedge ou agentes especuladores (extremante importantes, pois garantem a liquidez do mercado e ajudam a formar a expectativa de preços). Na coluna dessa semana, abordarei o mercado de juros futuros e como os investidores podem se proteger da volatilidade no mercado de juros futuros. Será apresentado também como é realizado o ajuste diário desses contratos.

Antes de prosseguir, vale debater inicialmente o significado e a importância da curva de juros em determinado país. Os contratos de juros futuros negociados no mercado dão uma estimativa da expectativa sobre a condução da política monetária do país em termos de taxa básica de juros para determinado período. Diversos fatores impactam as taxas futuras, como inflação, nível de atividade econômica do país, dívida pública, fatores externos (como a curva futura dos EUA), risco político, entre outros. Por isso, não é incomum que a curva apresente alta volatilidade ao longo do tempo. É nesse sentido que surge a importância da proteção de ativos e passivos indexados ao CDI e que será foco da coluna de hoje.

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Como observado anteriormente, o hedger opera no mercado futuro buscando uma proteção contra alguma variação no seu ativo ou passivo. Suponha que a empresa ABC tomou um empréstimo de R$ 100 milhões no dia 29/01/2024 com vencimento em 01/03/2024 e fixada em 100% do CDI. Normalmente, as empresas buscam maior previsibilidade em relação ao seu fluxo de caixa e, para isso, devem hedgear suas operações sujeitas a possíveis variações do mercado. Nesse exemplo, é evidente que o principal risco da empresa ABC é uma possível subida da taxa básica de juros, porque isso implicaria em mais juros pagos ao seu credor. Nesse caso, dizemos que a empresa está vendida em DI. Para realizar o hedge no mercado futuro de juros, é necessário realizar a operação contrária à da operação financeira original, ou seja, a empresa deve entrar comprada em DI, de preferência em contratos com o mesmo vencimento de sua dívida. Caso isso não seja possível, o hedge não será perfeito, porém mesmo assim há alguma proteção em relação à taxa de juros. Há algumas formas de mitigar esse problema, mas é assunto para outra oportunidade.

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