
Ato 1 — As motivações de Trump. A taxação das exportações brasileiras pelos Estados Unidos surpreendeu a muitos, mas, para quem acompanha de perto a política americana, a medida se encaixa claramente em uma estratégia do presidente norte-americano: desviar o foco das crises internas e alimentar uma narrativa de perseguição a si mesmo e a aliados políticos conservadores, como o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Trump vinha sendo pressionado pela própria base após prometer, de forma enfática, a divulgação completa dos documentos relacionados ao notório criminoso sexual Jeffrey Epstein. No entanto, nas últimas semanas, o governo recuou: passou a negar o acesso integral aos autos da investigação, enquanto a procuradora-geral dos Estados Unidos e o diretor do FBI afirmaram publicamente que Epstein teria agido sozinho e que sua morte foi, de fato, um suicídio. A declaração caiu como uma bomba entre os apoiadores mais fiéis de Trump, muitos dos quais acreditam em teorias que envolvem figuras da elite norte-americana nos crimes atribuídos a Epstein.
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Ato 2 — Os efeitos no Brasil. O principal efeito do “tarifaço” imposto por Donald Trump ao Brasil, neste primeiro momento, foi fortalecer politicamente o governo Lula, que vinha em queda de popularidade. A medida teve forte repercussão nacional e despertou um sentimento de solidariedade em parte do eleitorado, beneficiando a imagem do presidente. Ao se apresentar como alvo de uma injustiça promovida por uma potência estrangeira, Lula conseguiu, ainda que de forma pontual, reunir diferentes setores políticos em torno de uma pauta nacionalista, criando uma rara oportunidade de reposicionamento político.
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