O dilema da sagacidade: um risco ao sistema financeiro e à sociedade

Artigo: Prof. Claudio de Moraes

No universo financeiro, uma máxima cínica é frequentemente repetida: “Todo dia saem de casa um otário e um esperto — e eles se encontram para fazer negócio.” Mais do que folclore de mercado, essa frase encapsula uma mentalidade enraizada: a de que o sucesso pertence ao oportunista, enquanto o prejuízo recai sobre o desatento. Quando essa lógica se naturaliza, transcende negociações pontuais e começa a moldar moralmente a sociedade, desincentivando a cooperação e premiando comportamentos predatórios.

O setor financeiro, com sua capacidade de influenciar normas e valores sociais, torna-se um terreno fértil para essa distorção. Forma-se, assim, uma estética da “sagacidade” — não baseada em inteligência de longo prazo ou consistência de resultados sustentáveis, mas em ganhos imediatos e atitudes oportunistas.

(…)

Quando todos cooperam, o sistema funciona: há confiança, estabilidade e ganhos sustentáveis. Quando ninguém coopera, o que prevalece é a instabilidade, o oportunismo e a perda generalizada — um típico cenário de perde-perde.

Essa lógica pode ser representada por uma matriz estratégica simples. Quando há cooperação mútua, todos ganham: o sistema é eficiente, os custos caem e a confiança aumenta. Quando uma parte age com oportunismo e a outra é complacente, os lucros se concentram no curto prazo — mas os custos se disseminam no longo. Quando ambas não cooperam, instala-se o pior cenário: lucros privados momentâneos à custa de um colapso coletivo.

(…)

Acesse o artigo na íntegra clicando aqui.

Veja todas as nossas outras notícias clicando aqui.

Rolar para cima
Scroll to Top