Na contramão do mundo: Como a alta da Selic influencia o portfólio do investidor

Artigo: Prof. Rodrigo Leite

Nos últimos anos, a volatilidade das taxas de juros globais tem influenciado o retorno dos ativos financeiros. À medida que bancos centrais das principais economias, como o Federal Reserve dos EUA e o Banco Central Europeu, vêm reduzindo suas taxas após mantê-las em um patamar elevado a fim de reduzir o impacto inflacionário da expansão monetária durante a pandemia, o Brasil vem adotando uma política contracionista, devido à incerteza fiscal do governo.

As taxas de juros globais impactam a economia brasileira de diversas formas. Primeiro, elas afetam o fluxo de capital estrangeiro. Tendo em vista que o spread entre as taxas de juros globais frente à taxa brasileira vem aumentando, isso leva a uma maior demanda global pelos títulos da dívida pública brasileira. Esse tipo de investimento é chamado de “carry trade” (tomar dinheiro emprestado a uma taxa baixa e reinvestir em uma taxa maior).

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Quando a taxa de juros brasileira sobe enquanto a taxa global cai, o cenário para as ações brasileiras não é tão claro. Uma elevação nos juros internos tende a encarecer o crédito e desestimular o consumo e os investimentos domésticos em ativos de risco, o que geralmente pressiona o mercado acionário para baixo, especialmente em setores como construção e consumo.

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