As relações internacionais entre países podem ser analisadas sob duas óticas principais: a microeconômica e a macroeconômica. Na perspectiva microeconômica, observa-se que as empresas que se relacionam com mercados externos obtêm vantagens ao expandirem suas fronteiras de atuação. Por meio da importação, conseguem acessar tecnologias mais avançadas, métodos de produção inovadores e insumos diferenciados, o que gera ganhos de produtividade e maior competitividade.
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Historicamente, durante o padrão-ouro, que vigorou principalmente no século XIX, o ouro funcionava como lastro universal, sendo o elemento central do sistema monetário internacional. A expansão da oferta de moeda de um país dependia, portanto, da quantidade de ouro em suas reservas.
Para aumentar sua capacidade de transacionar internacionalmente, havia apenas duas possibilidades: descobrir novas jazidas do metal precioso ou gerar superávits comerciais que permitissem acumular ouro proveniente de outros países. Sem ouro, não havia base monetária suficiente, o que dificultava tanto as transações domésticas quanto as internacionais.
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A segunda hipótese seria a insuficiência de dólares em circulação para atender à demanda global, o que poderia gerar pressões por alternativas monetárias ou regionais. Por essa razão, os Estados Unidos precisam equilibrar dois objetivos contraditórios: de um lado, sustentar déficits externos para irrigar o mundo com dólares; de outro, preservar a solidez macroeconômica interna para evitar crises de credibilidade.
A crise do subprime de 2008 foi um teste crucial para essa lógica. Muitos analistas imaginavam que o colapso originado nos Estados Unidos poderia gerar uma fuga do dólar. No entanto, o oposto ocorreu: investidores globais recorreram à segurança dos títulos norte-americanos, em um movimento conhecido como flight to quality. Esse episódio demonstrou que, mesmo em meio a choques severos, a confiança no dólar e na economia dos EUA permaneceu inabalável, reforçando o caráter quase intransponível do privilégio americano.
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No entanto, até o momento, a supremacia do dólar se mantém praticamente inquestionável. Sua combinação de liquidez, aceitação global e respaldo institucional coloca os Estados Unidos em uma posição de hegemonia difícil de ser desafiada. A pergunta que persiste é se o futuro trará mudanças estruturais capazes de redesenhar esse cenário ou se o privilégio norte-americano continuará sustentando o papel central do dólar no comércio e nas finanças globais.
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