Professor Carlos Heitor Campani assina artigo no Valor Econômico sobre mercado de ações brasileiro

Portal: Valor
Data: 15/1/2020

O Professor de Finanças Carlos Heitor Campani assina o artigo “Novos índices no mercado de ações brasileiro”, publicado no Valor Econômico. Aqui você tem acesso ao conteúdo original que serviu de insumo para o artigo. Confira

 

ÍNDICES DE AÇÕES VALOR-COPPEAD APRESENTAM PERFORMANCES CONSISTENTES EM 2019

Por Carlos Heitor Campani

 

Ao longo de 2015, eu e meu colega Prof. Ricardo P. Câmara Leal (Coppead-UFRJ) desenvolvemos, com metodologia própria, dois índices de ações para o mercado brasileiro. Fomos apoiados por um grupo de pesquisa composto por alunos de mestrado do Coppead (UFRJ), bem como pelo jornal Valor Econômico. Por conta deste último apoio fundamental, os índices foram batizados de índices Valor-Coppead e são calculados e divulgados diariamente pelo sistema Valor PRO, sob os códigos BrIAIP20_COPPEAD e BrIAMV_COPPEAD. Esses índices, ao menos do nosso conhecimento, são os únicos índices desenvolvidos e divulgados de modo inteiramente independente da bolsa brasileira B3.

O índice BrIAIP20 é o resultado de uma carteira igualmente ponderada a cada quadrimestre e possui sempre 20 ações, escolhidas com o propósito de gerar rentabilidade superior ao Ibovespa com nível de risco semelhante. Já o índice BrIAMV reflete uma carteira calculada com o objetivo de representar um portfólio com volatilidade mínima, ou seja, com o menor nível de risco possível. Nenhum dos índices possui posições a descoberto e são construídos para terem um número de ações mais acessível do que qualquer dos índices disponíveis na B3 – tal ponto facilita a utilização dos índices por investidores médios ao reduzir o custo de transação (que se dá a cada quadrimestre apenas). Para se ter uma ideia, enquanto o Ibovespa possui algo em torno de 70 ações, o índice BrIAIP20 possui sempre 20 ações e o índice BrIAMV em média possui por volta do mesmo número de ações (historicamente, o IBrX 50 é o que possui o menor número de ações dentre os índices de mercado da B3: 50).

Nos quadros abaixo, apresentamos as performances dos índices Valor-Coppead, bem como dos principais índices representativos do mercado de ações da B3 e da ação preferencial da Petrobras para efeito comparativo. A análise utilizou dados diários desde janeiro de 2017 até dezembro de 2019, e apresentamos as performances em 2019 e nos últimos 3 anos (2017 a 2019).

 

 

 

Os resultados indicam que os índices Valor-Coppead performaram absolutamente de acordo com os seus respectivos objetivos. A rentabilidade do índice BrIAIP20 superou as rentabilidades de todos os outros índices em ambas as janelas de tempo, com volatilidade semelhante aos seus pares (mas ligeiramente superior por conter apenas 20 ações), resultando num coeficiente retorno-risco superior a todos concorrentes da B3 apresentados acima e superior à própria ação da Petrobrás. O índice BrIAMV apresentou, de longe e em ambas as janelas de tempo, a mais baixa volatilidade dentre todos os índices, indo ao encontro de sua metodologia (índice de mínima variância, ou seja, de mínimo risco). De forma esperada (e alinhado com a teoria), apresentou rentabilidade em patamar abaixo do índice BrIAIP20, mas ainda assim com um coeficiente retorno-risco igual ou superior a todos os concorrentes da B3 em ambas as janelas temporais. Em 2019, tal índice ainda apresentou rentabilidade superior a todos os índices da B3 apresentados acima. A ação preferencial da Petrobras, em recuperação nos períodos em tela, apresenta recuperação louvável, mas sua rentabilidade vem acompanhada de altíssima volatilidade (risco), resultando em um coeficiente retorno-risco bem abaixo dos índices Valor-Coppead.

Como vimos, ambos os índices Valor-Coppead apresentam estratégias interessantes, rentabilidades acima dos índices tradicionais de mercado e possuem públicos muito bem definidos. O índice BrIAIP20 busca performance acima dos tradicionais Ibovespa e família IBrX: se há fundos de investimento com carteiras que refletem tais índices (os chamados ETFs) e dado o menor número de ações do BrIAIP20 (apenas 20!), um ETF de BrIAIP20 teria tudo para entregar resultados bem superiores, pois tende a performar melhor e com menos custos administrativos e transacionais. Já o índice BrIAMV teria um público que sempre foi completamente ignorado pelo mercado: há muitos investidores não sofisticados que gostariam de uma exposição no mercado de ações, mas temem seu alto risco. Para estas pessoas, um ETF de BrIAMV cairia como uma luva, com a menor exposição possível a risco, mas ainda assim com performance alinhada ao mercado de ações, mantendo custos administrativos e transacionais abaixo de ETFs de Ibovespa ou de IBrX 100, por exemplo. O mercado brasileiro de ações ainda é muito pouco acessível para investidores não sofisticados e precisa evoluir. E esta evolução começa por oferecer produtos mais adequados para este público.

 

Assessoria de Imprensa: Contextual Comunicação

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