Gap de gênero em cargos de liderança de empresas listadas na B3 reduz lentamente

Em contribuição ao Investing.com, a Profª Liliane Furtado comenta sobre o gap de gênero em cargos de liderança nas empresas listadas na B3.
Contribuição: Profª Liliane Furtado

Enquanto as empresas caminham para diminuir a desigualdade em órgãos de maior representatividade, os avanços ainda são lentos.  Das 8.048 vagas em colegiados de liderança nas empresas brasileiras listadas na B3 (BVMF:B3SA3), a bolsa de valores, somente 15,5% são ocupadas por mulheres. Esse gap tem diminuído, mas houve um aumento de apenas 5,9% na representatividade feminina nos últimos cinco anos, com nenhuma melhora trimestral, segundo o estudo Mulheres na Liderança, desenvolvido pela Teva Indices desde 2019.

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O que causa essa desigualdade

Segundo Liliane Furtado, Professora de Comportamento Organizacional, Liderança e Gestão de pessoas do Coppead/UFRJ, mesmo que nem toda diferença observada entre homens e mulheres em indicadores relevantes reflete necessariamente uma desigualdade de gênero, os dados trazem evidências suficientemente fortes que sugerem que esse é o caso. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BGE), as mulheres representam mais da metade da população brasileira, são mais instruídas e têm mais acesso ao ensino superior do que os homens. “Se mesmo assim elas estão subrepresentadas em posições de topo nas empresas, a explicação passa então pela desigualdade de gênero, que emerge de uma série de preconceitos de gênero e normas sociais já documentados em diferentes estudos e que acabam por restringir, direitos e oportunidades das mulheres, particularmente no que se refere ao desenvolvimento na carreira”, detalha a professora.

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Dessa forma, surge então um desafio difícil de ser vencido, tendo em vista que as pessoas esperam que mulheres líderes tenham as qualidades tanto de líderes quanto de mulheres. “E isso pode gerar uma dupla penalidade. Se forem duras demais, elas podem ser rechaçadas por agirem de forma incongruente com o estereótipo do gênero feminino. E se adotarem um estilo mais brando, podem ser vistas como fracas ou incompetentes”, conclui a professora do Coppead/UFRJ.

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Furtado aponta que, cada vez mais, o sucesso e a sustentabilidade das empresas residem nas capacidades dinâmicas de inovação e disrupção do mercado.  Para avançar nesse sentido, reduzir a desigualdade é essencial, segundo ela, pois diversos estudos têm demonstrado que criatividade e inovação estão relacionadas à diversidade. “Pessoas diversas trazem experiências e perspectivas únicas, que são importantes para a construção de soluções inovadoras. E isso se torna particularmente relevante no topo da organização, onde as decisões estratégicas são tomadas”.

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